04 de setembro:

Devocional do dia:

"...Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!"
                                                (Apocalipse 15:3)

    O incidente que segue é relatado pela Srª Spurgeon, uma mulher que conheceu o sofrimento por mais de vinte e cinco anos.
"Ao fim de um dia escuro e tristonho, estava eu deitada em meu divã, enquanto a noite descia; e embora tudo estivesse claro em meu quarto gostoso, um pouco daquela escuridão lá de fora começou como que a  entrar em minha alma e a obscurecer minha visão espiritual. Em vão eu procurava ver a mão que eu bem sabia estar segurando a minha e guiando meus pés, calçados em névoas, ao longo da íngreme e escorregadia vereda do sofrimento. Em tristeza meu coração perguntou:
        "Por que será que meu Senhor trata assim a um filho seu? Por que será que tantas vezes me envia esta dor tão aguda? Por que será que permite que esta fraqueza demorada impeça o serviço que eu tanto anelo prestar a seus pobres servos?
        "Estas perguntas ansiosas foram depressa respondidas, e por meio de uma linguagem muito estranha; nenhum intérprete foi necessário, além do consciente segredar do meu coração.
        "Por um instante reinou o silêncio no pequeno aposento, interrompido apenas pelo estalar da acha de carvalho na lareira. De repente ouvi um som doce e suave, uma pequena e clara nota musical, como o leve trinar de um passarinho a minha janela.
        "O que será? Por certo nenhum passarinho vai estar cantando lá fora nesta época do ano e a estas horas.
        "Novamente vem a fraca e lamentosa nota; tão doce, tão melodiosa, e contudo bastante misteriosa para provocar admiração. Minha amiga exclamou:
         "Ouça! Vem da acha de carvalho no fogo!" O fogo estava deixando livre a música aprisionada no âmago do carvalho.
        "Quem sabe se ele não tinha armazenado este canto nos dias em que tudo lhe ia bem, quando passarinhos saltitavam alegremente em seus ramos e o sol lhe dourava as tenras folhas. Mas ele tinha envelhecido, desde então, e tinha se endurecido; anel após anel de crescimento lhe havia marcado de nós o tronco e selado a esquecida melodia, até que as chamas vieram consumir sua insensibilidade, e o ardor veemente do fogo arrancou dali um canto... 'Ah', pensei,'quando o fogo da aflição tira de nós hinos de louvor, então estamos de fato purificados, e o nosso Deus é glorificado!'
        "Quem sabe se algum de nós não está como esse velho carvalho - frio, duro, insensível; e não produziríamos sons melodiosos a não ser por meio do fogo, ardendo à nossa volta e liberando notas de confiança nele e de alegre assentimento à sua vontade.
        "Enquanto eu refletia, o fogo crepitava, e minha alma achou conforto na parábola tão estranhamente trazida ao meu coração.
        "Cânticos nas chamas! Sim, com a ajuda de Deus,e se essa for a única maneira de tirar harmonia destes corações duros e insensíveis, seja a fornalha aquecida sete vezes mais." - Mananciais no deserto volume 1 pg 82.
 
Que Deus nos abençoe com Sua Palavra neste dia....

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